domingo, 15 de fevereiro de 2009

Duplo



A partir da obra de Clande Cahun, nomeadamente naquilo que remete para a ideia de duplo, ambiguidade, ambivalência e multiplicidade, foi pensada uma fotografia que traduzisse, e despertasse no espectador, uma sensação de estranheza e de indecisão sobre o significado necessariamente difuso e impreciso da imagem.


Trata-se de um close up sobre um rosto que são dois rostos, ou duas faces do mesmo rosto, que se sobrepõem, se confundem e de algum modo modo se disputam. Tal como na imagem de Cahun “Que me veux tu?”, não sabemos quem faz a pergunta, nesta imagem não podemos saber qual deles sou eu e qual é o outro. Porém, e ao contrário de Claude Cahun, optou-se por emudecer o(s) personagen(s), dando como título à obra Auto-retrato, o duplo, para que a intenção da imagem permanecesse obscura. Há uma linha estreita quando se procura perceber se a intenção é produzir um auto-retrato ou uma imagem de auto-representação e nesta fotografia investe-se precisamente nessa incerteza.

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